A EVOLUÇÃO DOS DOMÍNIOS NA INTERNET: POR QUE LIMITAR-SE A '.COM' E '.COM.BR' É UMA VISÃO ULTRAPASSADA
A EVOLUÇÃO DOS DOMÍNIOS NA INTERNET: POR QUE LIMITAR-SE A '.COM' E '.COM.BR' É UMA VISÃO ULTRAPASSADA
Nos primórdios da internet comercial, extensões como .com e .com.br eram praticamente as únicas opções viáveis para empresas e projetos que desejavam estabelecer presença online. Isso se devia tanto a questões técnicas quanto a um contexto cultural em que o número de alternativas era extremamente reduzido.
A chegada dos nTLDs:
A partir de 2013, a ICANN (Internet Corporation for Assigned Names and Numbers) autorizou a introdução dos novos domínios de topo genéricos, conhecidos como nTLDs (new Top-Level Domains). Hoje, existem centenas de opções, como .tech, .store, .online, .xyz, entre outros, que permitem personalização e comunicação direta da proposta de valor de uma marca.
Segundo o relatório nTLD Market Report (Domain Name Industry Brief, Q2 2025), os nTLDs já representam cerca de 15% dos registros globais, com taxas de crescimento anual superiores às dos domínios tradicionais.
Vantagens estratégicas dos nTLDs:
. Relevância semântica — Extensões que comunicam diretamente o segmento de atuação (por exemplo, .photography, .law, .shop).
. Disponibilidade de nomes — Menor saturação, facilitando o registro de nomes curtos e memoráveis.
. Posicionamento de marca — Alinhamento entre domínio e identidade visual/linguística.
. SEO e marketing — Quando bem utilizados, podem contribuir para campanhas mais eficazes e comunicação mais clara.
Por que o preconceito persiste?
A resistência ao uso de nTLDs está ligada a fatores como:
. Tradição: hábito de associar credibilidade apenas a extensões mais antigas.
. Desconhecimento técnico: mitos sobre desempenho em SEO ou segurança.
. Inércia corporativa: dificuldade de adaptação a novas práticas digitais.
Entretanto, não existe nenhum estudo técnico ou comercial robusto que demonstre que nTLDs sejam menos eficazes ou menos seguros que domínios tradicionais.
Casos de sucesso:
Empresas como Alphabet (abc.xyz), Viacom (viacom.tech) e startups de nicho utilizam nTLDs de forma estratégica para reforçar branding e diferenciação. Além disso, grandes corporações utilizam extensões próprias (dot brand TLDs), como .google, .bradesco e .apple.
. Alta saturação, nomes curtos frequentemente já registrados.
. Reconhecimento e associação com credibilidade e confiança.
. Personalização limitada às extensões .com, .com.br, .net etc.
. Crescimento anual baixo ou estável.
. Funcionam bem para SEO, tradicionalmente aceitos.
. Usados em sites institucionais, comércio eletrônico e blogs.
. Normalmente têm custo mais baixo.
. Maior disponibilidade, facilitando o registro de nomes curtos e relevantes.
. Reconhecimento em crescimento, dependendo do segmento e marketing.
. Alta personalização com centenas de opções segmentadas.
. Apresentam crescimento anual alto, com dois dígitos em muitos mercados.
. SEO equivalente, desde que bem utilizado.
. Usados por startups, marcas inovadoras e nichos especializados.
. Podem ter custo mais elevado, dependendo da extensão.
Limitar-se a .com e .com.br hoje é uma decisão mais cultural do que técnica ou estratégica. O mercado digital evoluiu, a tecnologia de DNS é robusta e os consumidores estão cada vez mais habituados a novas extensões. Empresas e criadores que desejam se destacar devem avaliar o potencial dos nTLDs não como alternativa de segunda linha, mas como uma ferramenta legítima de posicionamento e inovação.